Os escritores de suspense bem sabem: é na calada da noite que os criminosos costumam agir. Aproveitam-se, geralmente, do breu dessa parte do dia para ambientar a história em um clima de mistério diante do que não se pode ver e reconhecer.

Não à toa, é à noite que todos os gatos são pardos e são fartos os gatunos. Mas a discrição dos ladrões na calada da noite tem, agora, um novo inimigo: os sensores de presença.

Adotados inicialmente como uma solução prática para a redução de consumo de energia elétrica imposta por conta do apagão de 2001, esses dispositivos são acionados somente quando os sensores detectam algum movimento. Dessa forma, se evita que as luzes internas de um edifício fiquem acesas sem necessidade. Mas, afinal, esta é uma matéria sobre segurança ou economia de despesas?
A novidade é que muitos condomínios vêm usando esse artifício também em suas áreas externas, para detectar a presença de estranhos. Assim, qualquer movimentação é logo denunciada pelas luzes que se acendem, como um holofote de helicóptero que ilumina criminosos, para usar uma imagem mais ilustrativa. Segundo Flávio Guerra, gerente da Guerra e Gaspar, o mercado de sensores de presença está em franco crescimento. "A procura tem aumentado bastante nos últimos meses. Além de auxiliar na segurança, esse tipo de equipamento diminui o consumo de energia em até 60%", garante. Como se não bastasse, o aparelho tem baixo custo de instalação e manutenção. A avaliação dependerá das circunstâncias de cada condomínio, mas Flávio avalia que o preço da instalação varie de R$ 80 a R$ 110.
Dicas
Segundo o Sindicato de Condomínios, Administradoras e Imobiliárias do Estado do Rio (Secovi), cerca de 10% dos condomínios da região já têm o aparelho. Paulo Feio, da empresa especializada em segurança Portlarm, ressalta que a Barra da Tijuca e o Recreio são os bairros que mais vêm utilizando o produto.
Vale lembrar que o equipamento só é eficaz para o sistema de segurança se for instalado em lugares de pequena circulação de pessoas. Caso contrário, o aparelho será constantemente acionado. Assim, além de não chamar atenção, gastará muito mais energia elétrica. Sérgio França, diretor técnico da EBS, atenta para a conservação do equipamento: "É aconselhável que fique protegido de água da chuva". Sérgio esclarece que o refletor pode ter um alcance de até 15 metros e que também pode ser instalado junto com um alarme sonoro.
O sensor de presença é um equipamento relativamente novo, e mais nova ainda é sua utilização para a segurança condominial. Talvez por isso, muitos pedestres ainda se assustem quando um aparelho desses é acionado enquanto caminham calmamente pela rua. "Na primeira vez que vi acender um refletor desses, levei um susto. Achei que o porteiro estava me vigiando e desconfiando de mim", diz Felipe Figueira, morador de Botafogo. Ele, no entanto, garante já ter se acostumado com luzes que se acendem repentinamente e conclui: "É uma boa idéia para inibir assaltantes."
Apesar do incômodo inicial, os sensores de presença podem representar uma opção a mais no combate ao crime. Em se tratando de prevenção de assaltos, podem ser a luz no fim do túnel. Ou melhor, no início da calçada.

FONTE: Condomínioeetc.com
AUTOR: Pablo Kaschner